quinta-feira, 31 de março de 2011

O céu pode esperar


José de Alencar morreu. Foi um grande homem em vida. Merece todas lágrimas, todos os rostos compungidos. Foi um lutador, sempre. De infância pobre alcançou os píncaros da glória sendo empresário bem sucedido e ainda, glória das glórias terrenas, vice-presidente e por extensão diversas vezes presidente em exercício do Brasil. Agora terminado esse ciclo já vi muitas charges mostrando um Zé Alencar todo vestido de branco, subindo as escadarias do céu. Senhores, tenho uma triste notícia para lhes dar: acabou. José de Alencar que intentou viver mais e mais, num apego maravilhoso pela vida, no íntimo sabia, só se vive uma vez, e Deus, que Nietzsche já matou há tempos, continua morto e enterrado. É chato acabar com uma festa tão bonita, para uma pessoa que valorizou a vida mais que muitos. Para quem não compreende isso, e vive esperando o maná tornar a cair, não cairá. Que vive esperando a arca perdida, a arca era uma metáfora. Agora, enxugado as lágrimas, a nossa vida continua, bola pra frente que atrás vem gente, pois o paraíso e o inferno se realiza todo dia dentro e ao redor da gente e a morte é o sentimento de perda que sente quem fica não quem vai. O céu não passa de mais uma figura/imagem/símbolo, acho que vocês conseguem lidar com isso...




a.p.

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