Nessas horas surgem os mais diversos interessados preocupados com o bem estar de todos. Os que são desfavoráveis ao aborto passam a enumerar uma infinidade de soluções para uma gravidez indesejada. Camisinha masculina e feminina, pílula anticoncepcional, pílula do dia seguinte, laqueadura, vasectomia e, se duvidar até tabelinha e coito recolhido. Muito fácil chegar com o balde d’água depois que o incêndio já destruiu todo o patrimônio histórico. Pelo visto é impossível lembrar os acontecimentos que antecedem uma gravidez, ou até mesmo o próprio ato sexual que é muito prático de ser feito e bem menos exigente, uma das poucas coisas praticadas em todas as classes sociais.
Para as mais desfavorecidas onde se encontram diversos problemas; a baixa escolaridade, o emprego ruim ou até a ausência de nenhum, péssimas moradias em péssimos lugares e obviamente sem nenhum lazer, a única diversão que lhes resta é sexo. Por isso teorizá-lo não é a melhor saída. Deve ser feito livremente, sem burocracia, sem parâmetros, se assim não for vai parecer mais um requerimento em repartição pública do que um ato de amor ou de prazer que seja. Por isso surgem olhos atarantados, discursos moralistas, jurisprudenciais, sobre o futuro da família possuidora da penca de filhos. Não pensa na hora de fazer? É claro que não. E quem pensa? Quem se previne já é praticamente movido por automatismos, estigmas sociais. Mas pensar... Julgar é muito simples.
Continua...
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