domingo, 8 de julho de 2007

Que falta de Educação!

Foi-se o tempo que mandar os filhos para a escola significava a certeza de um futuro belo, promissor. Hoje a realidade das manchetes sensacionalistas concorda com o discurso de rebeldia de jovens que vivem a encontrar desculpas para fugir dos livros e cadernos.

Os riscos são os mesmos diariamente. Nas terras embaladas por trilha sonora de balas perdidas já há quem levante as mãos para o céu por acordar com vida e não encontrar nenhum outro cadáver dentro de casa.

Ir à escola é risco de vida, legiões de traficantes se responsabilizam pela segurança do local. Hipócritas burgueses se preocupam desesperadamente se crianças estão comendo sanduíches calóricos na merenda enquanto do outro lado da moeda mães se descabelam com a possibilidade dos filhos se deliciarem com papelotes, cachimbos, colas, etc.

Os professores já deixaram a muito tempo de ser exemplo. Muitas vezes oriundos de uma formação acadêmica péssima propiciam aos seus alunos aulas medíocres, sem perspectivas. Ainda por cima os supostos propulsores do saber inúmeras vezes carecem de respeito por parte de seus discípulos, que no lugar de material escolar trazem na mochila armas e munições.

Neste submundo com um quê de irreversível, os bons profissionais estão sujeitos ao ódio coletivo, serão constantemente vistos como obsoletos a cada demonstração de entusiasmo perante a toda riqueza cultural existente. Não dá para falar da ilustre e boa desconhecida literatura para um público juvenil que entende que a lista dos mais vendidos é a lista dos melhores livros do mundo. E a boa música fica para trás, uma concorrência desleal com os milhões dos milhões de funkeiros e calipsos.

Investir na Educação não é interesse de nenhum governante, eles não querem arrumar sarna pra se coçar. O bom mesmo é encher a cidade de praças e parques para a corrida matinal dos burgueses, só eles encontram a real serventia nestas obras faraônicas. O cômico trágico nisso tudo, é que as imediações dessas áreas de lazer antes eram compostas por pobres, estes por sua vez simplesmente somem de vista dando espaço aos até então ricos desabitados que agora se refestelam em apartamentos, condomínios fechados e tudo o que o conforto de moradias pode proporcionar.

É uma grande utopia falar em Educação, quando o chefe da tribo nunca se preocupou com a sua própria formação. Quando se fala em nível superior a situação piora, um festival de cursinhos pré-vestibulares com adeptos que devoram resumos de livro e se embriagam com macetes de matemática e física crentes de que estão prontos para um vestibular e o que é pior para a faculdade.

Neste fundo de abismo destruir paradigmas errôneos é uma eterna luta de Davi contra Golias e sem direito a estilingue.



t.c.s.


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